O presente artigo propõe uma reflexão sobre as transformações que estão ocorrendo no campo no estado de Rondônia, acompanhando uma tendência vigente em todo o país. O agronegócio avança e altera as relações do homem com a terra. A agricultura brasileira, por ações coordenadas ao mesmo tempo por interesses contraditórios, por um lado promove apoio ao trabalho no campo e por outro lado desconstrói esse apoio. Conforme fica demonstrado na discussão sobre a ocupação da terra em Rondônia nos anos 1960/1970, quando pequenos produtores vindos, em sua maioria das regiões Sul e Sudeste do país, enquanto pequenos lotes eram atribuídos a esses agricultores sem-terra, grandes propriedades eram destinadas a empreendedores dedicados à pecuária extensiva e à monocultura de cereais. Assim como pequenos produtores produziam café e outras cultivares destinadas à alimentação consumo e comércio local e regional, grandes extensões de terra eram destinadas à produção para o mercado de outras regiões do país e até internacional, inicialmente de café, seguido de milho, gado de corte e hoje a soja.