O estudo objetiva analisar os sentidos sociológicos e históricos dos discursos científicos que subsidiaram a política educacional escolar indigenista brasileira (PEEIB) com base na teoria das representações sociais e da ideologia. A metodologia envolveu pesquisa bibliográfica e documental, tendo por fontes livros, artigos científicos, jornalísticos, documentos oficiais. Os resultados mostram que a PEEIB teve duas fases desde sua criação: a modernizadora e a cidadã. A primeira, orientada pelo discurso da modernidade, do progresso e da evolução, teve como protagonistas da sua formulação membros da elite empresarial, militar, política e intelectual. A segunda, orientada pelo discurso da democracia, etnodesenvolvimento, sustentabilidade e pedagogias emancipatórias, teve por protagonistas movimentos sociais, ambientalistas, indigenistas e missionários. Conclui-se que os discursos científicos subjacentes à PEEIB formaram as representações sociais que orientaram sua formulação e sua prática, mas estes discursos estão associados aos interesses práticos –econômicos, políticos, ideológicos, sociais-dos sujeitos que a protagonizam