Considerando a relevância da educação para a liberdade criativa do indivíduo, no que concerne a sua formação na perspectiva de contributo para a sociedade na qual está inserido, torna-se urgente que a escola reconheça seu papel para promover o envolvimento do estudante com o mundo que o cerca a fim de provocá-lo a se perceber enquanto sujeito participativo e atuante. Por isso é importante valorizar o letramento, ou seja, a aplicabilidade da palavra estudada no cotidiano, carregada de sentido. Portando, por meio desse trabalho, pretende-se analisar a tênue linha que liga teoria-prática no que se refere ao ensino na Educação de Jovens e Adultos (EJA) bem como reconhecer a importância da formação continuada de docentes que atuam na EJA por meio de entrevistas com professores e alunos para análise dos dados coletados. É imperativo atender o indivíduo da EJA como agente de direitos assegurados pela Emenda Constitucional nº 59 de 11 de novembro de 2009 cujo Art. 1º incisos I e VII do Art. 208 os inclui na obrigatoriedade da educação básica a ser ofertada pelo estado a todo cidadão, (BRASIL, 1990). Logo, faz-se necessária uma formação humanizada em que os estudantes sejam partícipes no processo de produção do conhecimento emancipatório para que haja eficácia no que se refere à transformação. As teorias dialógicas da linguagem defendida por Bakhtin (2014) bem como a proposta pedagógica de Paulo Freire (2001) são relevantes aos educadores da EJA, pois o ensino da leitura e a busca pela construção do conhecimento nesta perspectiva tornam o estudante como protagonista e não como mero ouvinte e/ou espectador. Com o intuito de alfabetizar para a cidadania e para a vida cabe analisar qual será a metodologia eficaz no cumprimento da proposta legal para o ensino na EJA. Freire (2001) afirma que antes mesmo do indivíduo realizar a leitura da palavra é capaz de ler e interpretar o mundo que o cerca. Logo, à medida que o estudante é apresentado aos textos que circulam normalmente no meio social que o circunda ele é capaz de se apropriar da linguagem e compreender o quanto aquilo é intrinsicamente ligado à sua vida como pessoa livre e de direitos. Sobre isso Saviani (1999) analisa historicamente o papel e o poder da escola quando esta concedia ao indivíduo que se tornasse cidadão. Não há mais espaço para retrocesso. À medida que se tenha posse das propostas e análises da educação e do preponderante papel que a escola exerce, referenciando à educação de Jovens e Adultos (EJA), cujos objetivos gerais visam alfabetizar para a cidadania e para a vida como afirma Kleiman (2014), é necessário que se cumpra, tornando o educando capaz de ler, interpretar e posicionar-se diante da realidade que o cerca. Com esse estudo, temse como proposta metodológica, a investigação da atuação pedagógica dos educadores da EJA no Colégio Estadual Jorge Amado em Guajeru -BA a fim de verificar a eficácia do ensino no cumprimento daquilo que o curso propõe, bem como confrontar com as ideias de Bakhtin (2014) e Freire (2001), as quais defendem o aprendizado a partir do diálogo, ou seja, da  participação do estudante no processo crítico envolvendo a leitura da realidade. Para isso, serão realizadas entrevistas, observações das aulas, preenchimento de fichas avaliativas, coleta de informações necessárias para a análise da postura, tanto do professor quanto do aluno como também a análise bibliográfica sobre a EJA da referida escola. Por essa via, pretende-se observar a ocorrência de mudanças na formação do educando, percebendo o valor de se atualizar por meio da formação continuada para o melhor desempenho da profissão. Nessa perspectiva esses estudos contribuem consideravelmente para a discussão acerca da atuação metodológica do profissional que lida com Educação de Jovens e Adultos (EJA), assim como para a formação do indivíduo preparado para participar da sociedade.