ANDRAGOGIA, EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E SEUS DESENCONTROS NA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Nataly Lorena Do Nascimento Oliveira
Resumo
O presente tema aborda a aprendizagem de jovens e adultos, perpassando por temáticas da andragogia, EJA e educação especial. Que por sua vez sofre uma carência de estudos na literatura especializada. A educação de jovens e adultos é uma modalidade de ensino que oportuniza acesso à educação para muitos jovens e adultos que não tiveram a oportunidade de frequentar a escola ou para aqueles que por algum motivo não pôde concluir o ensino na idade própria, tendo assim a oportunidade para retornarem seus estudos em horários de oscilação que ajudem em sua trajetória de vida, trabalho e estudo. A andragogia é um conceito voltado para aprendizagem e orientação de adultos, que contribui para o desenvolvimento da aprendizagem, da escrita e da leitura para aqueles que não tiveram o acesso ao alfabeto e seus respectivos conhecimentos na idade própria. Nos dias atuais, não ser alfabetizado trás consigo uma grande desvantagem pessoal e profissional. Pois, como ser humana o desenvolvimento da aprendizagem conduz o saber e o conhecimento do dia a dia que nos rodeiam. Como profissional o mercado de trabalho exige alguns respectivos conhecimentos para ter uma oportunidade de emprego, um dos exemplos mais comuns são as exigências da conclusão do segundo grau e os cursos profissionalizantes. Ser um jovem ou um adulto nos dias atuais sem uma trajetória academia em busca de oportunidades no mercado de trabalho já é difícil, imagine um jovem analfabeto com deficiência intelectual?! Sabemos que ter DI não significa ser incapacitante ou inútil, mas por sua vez, essa deficiência é a capacidade cognitiva do individuo de compreender o mundo em sua devida etapa do desenvolvimento possuindo limitações nas habilidades mentais gerais como a inteligência, nas atividades que envolvem o raciocínio lógico, no planejamento e na resolução de problemas, apresentando um QI abaixo da média. Nisso, deixando-o para trás em busca de um emprego com carteira assinada. Os deficientes intelectuais possuem capacidades de aprendizagem desconhecida por muitos, assim como todos os seres humanos ditos “normais” aprendem e se desenvolvem, eles também conseguem se desenvolver e aprender. Para que esse desenvolvimento ocorra de maneira adequada é necessário que o educador possua um papel crucial de orientar e motivar os discentes para que juntos o desenvolvimento da aprendizagem seja realizado com engajamento eficaz para que no decorrer de sua trajetória não ocorram fracassos escolares. O ensino para os portadores da DI em uma sala de aula deve ser flexível, lidando com o grau de dificuldade proposto, requerendo maior atenção individualizada. Em sala de aula a inclusão é um direito de todos. Com isso, foi desenvolvido um estudo de caso em que está sendo investigado por meio de uma atividade de reforço escolar de atendimento domiciliar, o desenvolvimento de aprendizagem e adaptação social de um discente com 23 anos de idade com transtorno psiquiátrico associado à epilepsia e retardo mental moderado, que possui diversos traumas por ter sido abandonado por sua família verdadeira, por ter sido doado e adotado na infância, e quando adulto desprezado por seu laço materno verdadeiro. Esse educando começou sua trajetória no sistema educacional como todos os alunos na idade media dos seis anos de idade; sua experiência no ensino fundamental I, sendo mais especifica no primeiro ano não foi nada agradável, pois o mesmo reprovou consecutivamente a mesma serie durante oito anos; não satisfeito, angustiado com seu fracasso escolar, com 12 anos de idade com apoio de seus pais acabou largando a escola, tendo nos dias atuais 23 anos, sendo analfabeto. Nisso, surgiu à ideia do acompanhamento pedagogia, tendo como objetivo identificar as dificuldades na aprendizagem numérica e alfabética do discente, analisar os problemas apresentados na coordenação motora e na associação do concreto com o abstrato na pratica de seu estudo e desenvolver uma solução para problemas encontrados durante o período de intervenção. Com isso, foram realizados durante dois dias entrevistas individuais com o educando e com sua família, gerando descobertas profundas do travar pessoal e de sua dificuldade na aprendizagem. Através disso pode-se comprovar sua deficiência e sua dificuldade na aprendizagem. Sendo detectados problemas na coordenação motora especificamente em sua escrita, desconhecimento das vogais e das letras do alfabeto, dificuldade para relembrar números e cálculos, concluindo-se que o educando é o que chamamos de copista não alfabetizado. Diante dessas problemáticas e análises feitas foi realizado um período de intervenção com duração de oito dias, durante os sábados, no turno matutino, com carga horaria de três horas, das oito às onze horas da manhã, focado nas dificuldades da coordenação motora fina e global, na associação, no raciocínio, na leitura, na afetividade, no conhecimento e reconhecimento de conteúdos e na memorização, tendo um desenvolvimento extraordinário, em que foram alcançados 70% do objetivo central o desenvolvimento no reconhecimento das letras e nas famílias do alfabeto, leituras de palavras dissílabas e na escrita. Para que fosse possível alcançar esses objetivos foi necessária à utilização de diversas técnicas da aprendizagem, tendo como método pratico as etapas de metodologias de Paulo Freire como a investigação, tematização e problematização, em seu projeto de alfabetização de jovens e adultos cortadores de cana, em 1960; em que alfabetizou 300 trabalhadores em apenas 45 dias, para ele não bastavam ler e escrever, mas da continuidade aos estudo, havendo interação entre educador e educando. Essa metodologia foi estudada e posta em pratica, obtendo 70% dos resultados propostos na investigação de sua dificuldade na aprendizagem e em sua resolução. Contudo, a pesquisa ainda está em andamento, buscando resultados mais aprofundados na leitura e escrita de variações de palavras.
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