O CAPITAL COMERCIAL E A REESTRUTURAÇÃO URBANA EM VITÓRIA DA CONQUISTA/BA FACE À CHEGADA DO ATACADÃO AUTO SERVIÇO
Núbia Mendes Novais
Resumo
Este trabalho tem como objetivo analisar o processo de reestruturação urbana e os interesses do capital comercial em Vitoria da Conquista, face ao advento da implantação do Atacadão Auto-Serviço. Adotamos a seguinte metodologia: na primeira etapa, foi feita uma revisão teórica sobre os principais temas da pesquisa; e, na segunda, foi executada pesquisa de campo, na qual foram aplicados questionários a fim de saber o perfil socioeconômico dos consumidores no estabelecimento nos fins de semana, feitas observações, entrevistas, pesquisas documentais, mapeamentos e registros fotográficos. No caso do Atacadão Auto do Auto-serviço e sua instalação em Vitoria da Conquista, nota-se que a estrutura da cidade foi incisivamente alterada, pois mudou a rotina e os itinerários de muitos indivíduos na cidade e fora dela, já que a loja abrange uma clientela que ultrapassa o circuito regional da cidade. Com o advento de um equipamento do porte do Atacadão, de cujo grupo internacional, em cidades como Vitoria da Conquista, concluímos que sua inserção atende, dentre outros fatores, a uma lógica de concentração, circulação e acumulação de capital que alia fluidez, valor do uso do solo, nos seus arredores, e uma nítida divisão técnica e territorial do trabalho, já que se trata de uma transnacional que vem nessa categoria de cidade o lócus para reprodução do capital comercial. Em relação ao contexto histórico, destacamos que com o processo de urbanização os equipamentos comerciais têm adquirido maior relevância quando se trata da reconfiguração do espaço urbano onde os serviços se descentralizam favorecendo a formação de uma divisão territorial e social do trabalho, mudando as relações entre o centro principal das cidades, sobretudo no contexto das médias cidades, e as novas áreas centrais. Foi necessário entender os impactos que o Atacadão causou na estrutura urbana de Vitória da Conquista acarretando em uma nova forma de organização da cidade. Verificou-se uma contundente fluidez tanto de pessoas quanto de veículos criando e alterando itinerários no transporte coletivo, não obstante, readequando a cidade para a recepção de veículos vindos de outras cidades. Ademais, analisamos ainda que o Centro catalisa as atenções concomitantemente com as novas centralidades urbanas. Assim, são criados e inseridos novos objetos que favorecem e aperfeiçoam a reprodução capitalista do/no espaço: a vertente espacial como produto social forçado pela acumulação do capital atrelado ao processo de (re)estruturação urbana.
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ISSN online: 2358-5293
ISSN cd rom: 2176-5162
Periódico vinculado à Rede de Pesquisas Cidades Médias e Pequenas da Bahia (Rede CMP)