Seminário Nacional e Seminário Internacional Políticas Públicas, Gestão e Práxis Educacional, Vol. 8, No 15 (2021)

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A MULHER NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA: REFLEXÕES SOBRE PERCURSOS E PERCALÇOS HISTÓRICOS

Lara Bethânia Lima Silveira, Eugênia da Silva Pereira

Resumo


A partir de reflexões acerca dos papeis condicionados à mulher, no período que abrangeu da colônia a república, revela-se nesse artigo os percursos realizados para a adesão feminina no processo de escolarização e o reconhecimento, ainda carente, da sua intelectualidade. As colocações apresentadas, através de um estudo de cunho bibliográfico, exibem a construção histórica que incoerentemente naturalizou a subordinação de um sexo sobre o outro, impondo ainda atitudes, expectativas e comportamentos de gênero. Ao longo dessa trajetória a marca do domínio patriarcal, religioso e colonial sobressaiu sobre qualquer possibilidade de reconhecimento das diferenças biológicas como não interferentes ao desempenho social das pessoas de ambos os sexos. A instrução informal através dos conventos foi a primeira oportunidade da mulher familiarizar com os estudos, e a sua inclusão na educação seguiu restrita e sexista durante a criação das primeiras escolas e universidades do país, mesmo àquelas que exerciam o magistério. O alargamento desse acesso deu-se, primordialmente, pelas lutas e resistências de mulheres que não acatavam as condições impostas. Atualmente a presença feminina é majoritária em cursos de graduação, mas ainda assim enfrentando circunstâncias desproporcionais em vista do sexo masculino. É necessário desconstruir conceitos que perpetuam a misoginia e insistem em cultivar a mulher em local de subalternidade. Ademais, é imprescindível fazer um apanhado histórico para compreender que essa construção estereotipada de gênero não é natural e sim um processo enraizado nas esferas sociais, com ênfase na educação.

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