Este artigo tem por objetivo evidenciar a cultura escolar e a cultura histórica, como um percurso teórico potente para compreensão e problematizações acerca do pensamento histórico de alunos do 9ª ano dos anos finais do Ensino Fundamental. Entende-se que assim como a cultura histórica a cultura escolar são categorias importantes para análise do pensamento histórico dos estudantes, uma vez que, a mesma possibilita refletir sobre as práticas internas que compõe o universo da escola entendido aqui como um espaço dinâmico constituído por sujeitos inseridos em diferentes realidades socioculturais. O conceito substantivo em destaque nessa reflexão é a escravidão africana no Brasil. O passado escravista está presente tanto como conteúdo escolar como também na memória histórica dos indivíduos e quando trabalhado em sala de aula a influência desses fatores são também evidenciadas tornando-se elementos presentes nas interpretações históricas expressas pelos estudantes através de seu pensamento histórico. Articular nessa discussão a importância do pensamento histórico é reconhecer que a finalidade do ensino da História não é a memorização dos fatos do passado e sim o desenvolvimento do raciocínio histórico, em que os estudantes possam reconhecer permanências, rupturas e continuidades movimentando contextos, sujeitos históricos, marcadores temporais que tenham sentido para suas vivências no presente. Nesse sentido, essas reflexões foram pensadas com base nos aportes teóricos do campo de investigação da Educação Histórica. Os apontamentos realizados nesse texto compõe parte da pesquisa de mestrado que vem sendo desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEd) pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB).