EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES RACIAIS E AS POLÍTICAS CURRICULARES: O QUE DIZEM OS DOCUMENTOS OFICIAIS E O CAMPO EMPÍRICO DA PRÁTICA
Resumo
Este estudo busca discutir e compreender as tensões e os conflitos em torno do significado sobre uma educação plural forjada a partir da Lei 10.639/2003. Para realizar tal análise nos valeremos das contribuições de Stephen Ball (2001), Basil Bernstein (1996), bem como de autores que balizam o entendimento do currículo como um texto. Os documentos oficiais e a prática dos professores e alunos compuseram o nosso campo empírico de pesquisa. O objetivo é perceber as apreensões existentes entre o texto dos documentos oficiais e os contextos das práticas pedagógicas orientadas por ele. A metodologia utilizada foi a abordagem qualitativa. Fez-se uso da técnica de entrevista e de grupo focal como instrumentos de produção de dados, como também a análise do coletivo dos documentos oficiais inerentes à temática. Mediante a exploração dos dados, foi observado que as políticas de currículo para a Educação das Relações Raciais surgem como ferramentas de mudanças que buscam, na realidade social vigente, oportunizar a visibilidade da população negra. Não obstante notou-se também que há, no espaço de aprendizagem, discrepâncias entre o que diz o campo oficial, representado pelos documentos oficiais e o campo prático, simbolizado pelos sujeitos em constante interação nos espaços educativos.Assim, fica patente que para acontecer, de fato, a efetivação destas políticas nas escolas é necessária uma tripla comunicação e consonância dos objetivos que se pretende entre governo, universidade e escola.
Palavras-chave: Educação. Política de Currículo. Relações Raciais.
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