MÃOS QUE FALAM: O TEATRO DO OPRIMIDO COMO INSTRUMENTO DE DEMOCRATIZAÇÃO DA COMUNICAÇÃO DE SUJEITOS SURDOS NOS ESPAÇOS EDUCATIVOS NÃO-FORMAIS
Resumo
O presente estudo buscou analisar o Teatro do Oprimido como ferramenta de democratização da comunicação de surdos para além dos espaços educacionais. Para tal, utilizamos da análise documental e bibliográfica como método, fundamentado em alguns conceitos da escola de Vygotsky na Pedagogia e na Psicologia, como Paulo Freire, Silvia Lane e Ana Bock (et al), além de pesquisadores da área de estudos surdos, como Karin Strobel e Gladis Perlin, que entendem a importância revolucionaria da arte na formação humana e na superação das desigualdades sociais, principalmente a imposta aos que não falam, porque não escutam. Cabe considerar que, até pouco tempo atrás, os surdos eram visto em um contexto puramente clínico, vistos como incapazes e desconsideravam as suas possibilidades cognitivas e criativas, bem como a capacidade comunicativa da língua de sinais. De forma geral, entendemos que os surdos são silenciados não apenas no aparato biológico, mas em todas as suas potencialidades socioculturais. O teatro do oprimido se opõe as paredes divisórias da artista e do espectador assim como Freire orienta que para uma educação efetiva e revolucionária se quebre a parede entre educador e educando. Ao revolucionar a relação artista-espectador – tornando-os espect-atores –, possibilita que se revolucione todas as relações sociais, inclusive a de comunicação. O que nos possibilitou constatar que o Teatro do Oprimido empodera a autonomia individual através da linguagem que media todas as relações sociais, quebrando as amarras da comunicação que viabiliza a exploração de sujeitos por outros.
Palavras-chave: linguagem. surdez. teatro do oprimido
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