No presente artigo, é analisado como o conceito de gênero surgiu ao longo do processo social-histórico-cultural, a partir de uma perspectiva binária, e sua transformação no decurso do tempo até a contemporaneidade. Portanto, gênero transcende a normativa biológica, macho e fêmea, sendo algo construído pelos agentes históricos dentro dos valores culturais e ideológicos de cada sociedade.  Além disso, é discutido como as expressões/performances de gênero, consideradas “femininas”, foram subjugadas e tidas como forma de negativar, abstrair e subjugar determinados sujeitos apenas por sua conduta. Em suma, de como os comportamentos ditos feminis em mulheres e, principalmente, nos homens, hétero ou homo, são vistos como forma de subjugação e dominação pelo padrão heteronormativo. Como ferramenta para o debate, foram utilizadas a análise e conceptualização da Teoria Quuer e de textos sobre os chamados historiadores (as) da sexualidade, partindo de um pensamento refletido entre Lacan e Foucault. Portanto, além do artigo trazer para o debate esse gênero como um constructo social e não como biológico, ele também propõe a superação desse conceito de forma que não seja pensado nas normas binárias e sim transcender esse aspecto para que as formas de dominação e desigualdade sexual sejam superadas.

Palavras-chaves: Gênero. Afeminilidade. Expressões. Heteronormativo.