AS TRAVESTIS E MULHERES TRANS E O MOVIMENTO LGBT: DEVER DE MEMÓRIA E RECONHECIMENTO DA ATUAÇÃO DE TRAVESTIS E MULHERES TRANSEXUAIS NA CONQUISTA POR DIREITOS CIVIS
Náila Neves de Jesus, Rita Maria Radl-Philipp
Resumo
Este trabalho tem como objetivo realizar um ensaio crítico a partir da categoria de dever de memória desenvolvida pelo filósofo francês Paul Ricoeur, aplicando este conceito na problemática que envolve as mulheres trans e travestis e sua atuação na luta histórica pelos direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT) bem como o silenciamento do protagonismo dessas indivíduas na memória oficial do movimento. O dever de memória é uma categoria inserida no nível ético-político da memória obrigada e se designa como um trabalho de reconhecimento e reparação a grupos que sofreram opressões advindas de grupos hegemônicos e até mesmo a partir de ações percebidas como violentas do Estado por meio de políticas públicas e até mesmo reconhecimento de datas e celebrações de mártires. É a justiça responsável por outorgar publicamente aos que outrora foram oprimidos o direito de ter suas memórias reconhecidas perante a memória oficial. Em se tratando do objeto aqui exposto, entende-se que o dever de memória atua como aparato da justiça no reconhecimento do protagonismo dessas pessoas em todo o ativismo e luta pelas conquistas em direitos ao acesso a cidadania, saúde, emprego, educação, entre outros, alcançadas pela população LGBTI+ ao longo da história do movimento.
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