LITERATURA INDÍGENA BRASILEIRA: UMA PEDAGOGIA DA DIFERENÇA
Resumo
O presente trabalho discute a importância histórica e social da pesquisa acadêmica no âmbito do que denominamos por Letras Indígenas, partindo do lugar dos estudos bibliográficos em literatura indígena e áreas afins. A mudança de perspectiva na inserção da temática indígena na cultura letrada brasileira tem como marco decisivo a Constituição de 1988, que entre tantas coisas desencadeia uma crescente produção bibliográfica indígena, não mais apenas indianista, nem indigenista. Entretanto, os efeitos dessa mudança na educação básica e no ensino superior ainda estão por se incorporar na efetividade da educação escolar, mesmo depois da Lei 11.645/08, que torna o ensino das culturas indígenas e de matriz africana obrigatórias nos currículos da educação básica no Brasil. Para o desenvolvimento deste trabalho, procuramos pensar a inserção da literatura indígena no campo literário brasileiro como contraliteratura, tensionando os campos da memória social, da política territorial, das representações étnico-raciais e das relações entre cultura e natureza . Neste sentido, este ensaio propõe a discussão da “questão indígena” na atualidade, a fim de pensá-la no campo da educação escolar, considerando a relevância do debate sobre a literatura indígena e suas implicações no espaço educacional.
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