O presente trabalho visa analisar o papel das Escolas Família Agrícola (EFAS) na formação para o protagonismo político de jovens camponeses no Estado do Ceará, a partir de um estudo de caso. A literatura especializada tem evidenciado que as EFAs apresentam processo formativo singular, não só porque são adotadas formas de organização do currículo diferenciadas, mas porque o processo educativo é construído pelo conjunto de sujeitos e organizações sociais e políticas, desde o corpo docente até os movimentos sociais. No caso empírico investigado, adiciona-se a ênfase adotada no protagonismo juvenil e o uso de tecnologias apropriadas para a convivência com semiárido, tendo como a base a agroecologia e buscando como ideologia o bem viver no sertão cearense”. Percebe-se a partir de pesquisas exploratórias e observações diretas com egressos na Escola Família Agrícola Dom Fragoso, no município de Independente, que parte significativa destes ao concluírem o curso técnico de agropecuária retornam as suas comunidades de origem dispostos aplicar os novos conhecimentos adquiridos no processo produtivo. Além disso, cabe ressaltar a participação ativa deles em associações, movimentos sociais e sindicais na busca por ampliação de direitos dos jovens do campo. Embora, a pesquisa esteja em andamento, é possível afirmar que as EFAs vêm contribuindo para afirmação identitária dos sujeitos e ampliando as relações entre si e com a terra, bem como o fortalecendo do protagonismo político dos jovens do campo.