O presente trabalho científico objetiva, sem qualquer intencionalidade de síntese conclusiva, identificar um inapropriado paralelismo entre o trabalho docente e o alegórico termo “analfabetismo digital”, buscando desconstruir a concepção aqui empregada, realocando os conhecimentos dos profissionais da educação no cerne das tecnologias digitais dentro de um contexto vigente e factual. Diante dessa circunstância, ao observarmos a natural ânsia pelo entendimento imediato do novo e os atravessamentos da tempestiva apreensão provocada pelo uso das tecnologias, hipóteses pouco estruturadas acabaram surgindo nesse percurso e que rapidamente entraram em declínio. No âmbito educacional, o termo “nativos digitais”, cuja concepção circundou pesquisas pouco promissoras, acabaram por criar a idealização de um abismo sistemático entre gerações que, insustentável em sua essência, culminou na desagregação conceitual, aos passos que, antagonicamente, as relações na cibercultura entre jovens e adultos com as tecnologias digitais se tangenciam em profusos e singulares momentos. Portanto, as discussões aqui tratadas oferecem subsídios para uma compreensão contemporânea acerca da contextualização necessária dos usos das tecnologias digitais por parte dos docentes como potencializadoras do trabalho pedagógico. Com isso, lançamos à frente uma pesquisa com abordagem qualitativa de cunho bibliográfico, baseada na coleta de informações que perpassam o embasamento teórico na literatura clássica, bem como em dados atuais extraídos de pesquisas que mapearam o acesso, o uso e a apropriação das tecnologias digitais por alunos e professores em âmbito nacional.